quinta-feira, março 28, 2024

Produção de abacaxi na comunidade do Caramuri em alta

. Com um volume de produção semanal, em torno de 6 mil frutos de abacaxi, a comunidade do Caramuri, na zona rural de Manaus, deve produzir 900 mil frutos da cultura agrícola até o final deste ano.

. A comunidade, que já trabalha com a produção de abacaxi há mais de 20 anos, passou a contemplar o desenvolvimento agrícola com a chegada de implementos e apoio técnico da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), por meio do Sistema Sepror – que abrange o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam), a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf) e a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). Esse impulso fortaleceu o trabalho dos produtores, que já projetam triplicar o volume da produção para o próximo ano.

. A safra em 2019 foi de 700 mil frutos produzidos. Entre janeiro e junho de 2020, foi feita a colheita de 500 mil abacaxis. A meta é chegar ao patamar de 900 mil frutos até dezembro. Para o ciclo de 2021, o volume estimado é de 1,2 milhão.

. “Os mercados vão aparecendo, o escoamento vai melhorando e a gente vai conseguindo multiplicar o plantio. Isso é positivo na comunidade do Caramuri. A gente agradece a Deus e ao apoio do governo, porque não nos abandonou na produção no período da pandemia”, destaca o produtor rural, Manoel da Silva.

. Nesta semana, os mercados e feiras de Manaus, assim como o estado de Roraima, vão ser abastecidos com a produção de Caramuri. A colheita está sendo realizada em 40 hectares de plantio do fruto na região para que este seja, posteriormente, embarcado nos caminhões até os centros consumidores.

. “Estamos embarcando para a Feira Manaus Moderna, para o mercado da cidade de Boa Vista e demais comércios locais. Se fosse em outras épocas, não tínhamos tanta colheita porque era tudo manual. Agora com um trator agrícola e triciclos, entregues pelo Fundo de Promoção Social, e o suporte do Idam, estamos conseguindo vender mais todos os dias”, explicou Messias Neves, produtor de abacaxi há mais de dez anos.

. De acordo com o diretor-presidente do Idam, Valdenor Pontes Cardoso, a produção de abacaxi da comunidade de Caramuri significa grandes vitórias e carrega muitos simbolismos.

. “Vitória da comunidade que se organizou, vitória do Governo do Amazonas, por meio do Idam, que apoiou essas famílias, e vitória dos produtores, que demonstraram que é possível fazer uma agricultura com sustentabilidade na Amazônia, resultando em produtos de qualidade, como o abacaxi produzido nessa região”, disse Valdenor, ao destacar que a organização dos produtores é fundamental principalmente para aqueles que possuem pouca estrutura e que, quando organizados, é possível disputar outros mercados.

Reconhecimento – A produção de abacaxi no Amazonas é reconhecida. Em junho, o fruto recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG), na categoria Indicação de Procedência (IP), do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O reconhecimento, publicado na “Revista da Propriedade Industrial” do Inpi, chegou como um incentivo para os produtores da Associação dos Produtores de Abacaxi da Região de Novo Remanso (Encarem), que engloba produtores rurais das regiões de Vila do Engenho, em Itacoatiara, e Caramuri.

 

. Os agricultores do Novo Remanso e das demais regiões recebem apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), vinculado à Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).

. “Com o selo tivemos a abertura de grandes oportunidades, entre elas o recebimento de uma proposta de exportarmos o nosso abacaxi para a Bélgica e para a cidade do Porto, em Portugal. Estamos atualmente estruturando toda essa logística administrativa para futuramente atender esses mercados”, comentou o presidente da associação comunitária agrícola de Caramuri, Daniel da Silva.

Gastronomia – Com a produção de abacaxi, estão sendo também impulsionadas novas fontes de renda para as famílias de Caramuri. Exemplo disso é a produção artesanal de iguarias alimentícias do abacaxi, como doces, trufas e tortas.

. De pudim a bolo, tudo é feito a partir da polpa do fruto mais cultivado na comunidade. A capacitação das mulheres ocorre por meio de parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM).

. “Buscamos diversificar a gastronomia para ampliarmos a atuação do abacaxi. Todos os anos temos treinamento que ajuda a aperfeiçoar nosso trabalho. Cada uma das mulheres da comunidade faz um pouco desse trabalho na cozinha comunitária ou nas suas cozinhas, e assim vamos tendo uma renda”, disse a artesã Elisângela Cortez.

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