terça-feira, abril 16, 2024

Sobre o amanhã…

. O isolamento fez todo mundo parar e encarar o novo. Teve quem reviu escolhas, aprendeu a cozinhar, parou para se ouvir, curtiu a família e também a solidão. Com tantas mudanças, uma turma bacana foi convidada pela revista Joyce Pascowith para responder: o que você vai levar da quarentena para a vida?

. Vale conferir as opiniões de cabeças descoladas, de diferentes áreas e idades:

. LINN DA QUEBRADA, 30, atriz e cantora “O hábito de pensar sobre o meu tempo e agir sobre ele. Organizar as ideias de uma maneira que seja proveitosa para mim e não só para o capital. Seguir minha intuição, respirar, me exercitar. Gastar um tempo comigo, pessoa física, dotada de pele, músculos, estrutura óssea, órgãos, voz e pensamento. Pôr em palavras o inexprimível somente pela experiência. Organizar o caos, descobrir e escrever para mim, sem precisar provar nada para ninguém. Nem para mim. E tudo bem se não der certo o tempo todo.”

. MAJUR, 23, cantora “Aprendi a respeitar mais o universo e sua natureza, enxergar o outro, ter paciência e resiliência.”

. GIOVANNA NADER, 34, apresentadora “Uma alimentação mais saudável, com pratos feitos por mim mesma, sem carne e com legumes variados. O sentimento de solidariedade para com os outros, que cresceu muito dentro de mim durante esse período. E a responsabilidade do meu privilégio em usá-lo para fazer a diferença no mundo.”

. CALU FONTES, 46, artista plástica “Percebi o quanto a natureza é fundamental e me transmite bem-estar. Vir ao ateliê e desfrutar desse quintal cheio de árvores frutíferas é como uma viagem para me recarregar. Esse contato me deixou mais focada e, quando a angústia chega sem pedir licença, aprendi a me dar tempo e quero carregar esse aprendizado comigo.”

. JOICE BERTH, 44, arquiteta, urbanista e escritora “Vou levar a organização e o equilíbrio mental que consegui colocar em prática durante esse período de isolamento. Ideias organizadas e um contato mais generoso e intimista comigo mesma; aprendi a isolar ruídos externos que perturbam e tiram nosso foco das coisas que realmente importam.”

. LENA MATTAR, 34, especialista em comunicação gastronômica “Uma das coisas mais importantes que vou levar é, cada vez mais, ter uma vida da qual eu dê conta. Isso significa ter uma casa que consiga manter organizada, ter tempo para escolher o que vou consumir, saber cozinhar e cuidar das minhas plantas. Acho que isso envolve duas coisas: ter tempo e prazer.”

. ESTELA MAY, 19, quadrinista “Ah, a quarentena! No primeiro dia, já sabia que iria pirar. Dito e feito, cá estou, não exatamente subindo pelas paredes, mas as observando por boas horas do dia. Não que não esteja sendo um período iluminado, mas levei a questão do isolamento longe demais, fugi do celular, na verdade, só de pensar na palavra WhatsApp começo a tremelicar (desculpem, amigos). Descobri novos lugares dentro de casa, onde bate mais sol e decidi que seria um bom momento para dar uma agitada nos meus fluidos cerebrais. Comecei a ler freneticamente. E já não sei mais o que é biografia e o que é romance e o que é vida real. Também estou me conhecendo melhor – e como eu posso ser chata, nem o cachorro me aguenta mais. Mas meu lado otimista gritou mais alto, mesmo com um mundo totalmente novo, terrível e assustador. Então eu disse: um basta ao pranto e à lamúria, um basta à submissão – os protestos contra o racismo deram uma vontade para continuar –, fora com os falsos ídolos, abaixo os ditadores, os demagogos e os demais podres insolentes do Planeta Terra. Avante!”

. LUCIANA NOVIS, 39, stylist “A quarentena mostrou o que é realmente importante. Doei 40% das minhas coisas materiais. Como precisamos de pouca coisa para viver, como a casa é nosso templo. Como é importante a gente ter silêncio, ócio e até angústia para refletir melhor sobre o valor de tudo. Ficou mais claro do que nunca o que o ato de nos cuidar também é cuidar do outro. A solidariedade é o único caminho possível.”

. ISABELLA HEINE, 37, astróloga “O tempo vai passando e vou percebendo que não preciso de muito para ser feliz. Sol, poucas roupas, família, reflexões e contato com a natureza. Quando a gente percebe e valoriza o que é essencial, somos livres para fazer o que realmente queremos e para ser quem somos. Sem nada extra, só a essência. Isso é liberdade.”

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