Em plena abertura da temporada de oficinas artísticas de 2023, que iniciou dia 16 de janeiro, turmas de jovens e adultos se formam para aprender e aprimorar a dança contemporânea, balé e populares, nos bairros de Petrópolis e São José 2 com o projeto residência em dança “Movimentos Descentralizados”, contemplado pelo edital Manaus Faz Cultura 2022, da Prefeitura de Manaus, realizado por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), via Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
Presente nas aberturas das aulas, o presidente do Concultura, Tenório Telles, conversou com professores e alunos sobre a importância das oficinas que estão sendo disponibilizadas nos bairros para facilitar o acesso às pessoas, atendendo a um desafio dado pelo prefeito David Almeida, de descentralizar o fazer da arte e gerar emprego e renda aos artistas e trabalhadores da cultura. “Essas ações são para permitir que as pessoas possam viver essa experiência, que consideramos muito importante. E se preparem, porque agora em março vamos lançar mais um edital com oficinas para todos os segmentos artísticos”, ressaltou.
O diretor de Cultura do Concultura, Carlos Guedelha, informou que os editais serão antecipados para março para dar tempo de os artistas e produtores se programarem.
O coreógrafo e professor de dança José Neto, responsável pelo projeto das oficinas, informou que como estão no início das atividades, na Associação dos Moradores de Petrópolis (Somap), foram fechadas turmas com dez alunos, sendo três homens e sete mulheres. “No ginásio Zezão, no bairro São José 2, temos mais de 15 alunos com três homens e 12 mulheres, porém temos a expectativa de receber mais alunos”, disse.
As aulas são à noite, entre 18h e 21h. “Estaremos atuando no período de janeiro a março com as aulas e a partir de abril faremos as mostras coreográficas e colóquios com as comunidades”, afirmou o coreógrafo.
A professora de dança Adriana Góes, do Corpo de Dança do Amazonas, explicou que a ideia do projeto é levar fundamentos do balé e dança contemporânea fora de estúdio e em espaços públicos como salões e quadras esportivas. “Não é descaracterizar a técnica empregada, mas sim fazer um olhar que não seja a de se olhar no espelho. As aulas são assim adaptadas para utilizar um tênis e não sapatilhas, e então fazer movimentos similares, sem ter perda nenhuma em relação à técnica que seria empregada numa sala profissional. Nós, professores, temos a expectativa de que além de benefícios à saúde física e mental dos alunos, a gente consiga revelar talentos para o mundo da dança”, salientou.
A aluna e folclorista Andréa Rocha dança quadrilha há 40 anos. Moradora do bairro Petrópolis, participa das atividades na comunidade sempre. “Primeiro porque eu gosto de estar me movimentando, acho importante essa valorização, principalmente do artista, no bairro”, disse.