Em artigo publicado pela presidente do Tribunal de Contas do Amazonas, Yara Amazônia Lins, a importância dos 58 anos da SUFRAMA é destacada como um marco no fortalecimento da Zona Franca de Manaus (ZFM). O texto enfatiza o impacto econômico e social da ZFM, destacando seu papel crucial no desenvolvimento regional, na geração de empregos e na promoção de iniciativas sustentáveis para o futuro da Amazônia.
A celebração dos 58 anos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) representa muito mais do que um simples marco institucional. Ela é, na verdade, uma oportunidade para reconhecer a história de sucessos, superação de desafios e os compromissos renovados que a autarquia tem com o desenvolvimento da Amazônia.
Fundada em 1967, a SUFRAMA tem como missão administrar e fortalecer o modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM), que vai muito além de um programa de incentivos fiscais. O que realmente caracteriza esse modelo é o seu papel como um instrumento crucial para o desenvolvimento regional, que sustenta a economia do Amazonas, gera emprego, financia a educação e impulsiona o progresso sustentável de toda a Região Norte do Brasil.
O Legado da Zona Franca de Manaus
A Zona Franca de Manaus é responsável por mais de 85% da economia do Amazonas e cerca de 30% da riqueza gerada na Região Norte do Brasil, algo que se reflete diretamente no Polo Industrial de Manaus (PIM). Com mais de cinco décadas de existência, a ZFM mostrou ser essencial para a economia local e regional, trazendo uma transformação substancial para o estado e para toda a Amazônia.
Sem esse modelo, a região enfrentaria uma realidade completamente diferente, marcada por um desenvolvimento predatório e uma grave marginalização social. A Zona Franca permitiu que o Amazonas não só se desenvolvesse, mas que o fizesse de maneira sustentável, protegendo o meio ambiente e promovendo a inclusão.
Além disso, o impacto das indústrias da ZFM vai muito além da geração de empregos e da arrecadação de tributos. Com os recursos provenientes das atividades industriais, a região financia iniciativas fundamentais para o avanço da sociedade local, como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que garante educação qualificada e oportunidades para milhares de jovens. Também é possível destacar a importância do Fundo de Turismo e Interiorização do Desenvolvimento (FTID), que busca descentralizar a economia, e os Fundos de Fomento para Micro e Pequenas Empresas (FMPES e FTI), que fortalecem o setor local.
Esses recursos também financiam o Fundo de Solidariedade do Gabinete do Governo do Estado, responsável por atender às necessidades sociais essenciais da população. A contribuição da Zona Franca vai, portanto, muito além da geração de riqueza; ela assegura que os frutos do desenvolvimento cheguem a diversas áreas sociais e econômicas.
O Futuro: Interiorização e Bioeconomia
Manaus, com seu Polo Industrial, já se consolidou como um grande centro econômico. Mas é preciso agora olhar para o interior do estado e fomentar a diversificação produtiva em toda a Amazônia Ocidental. A bioeconomia, que visa aproveitar os recursos naturais de maneira sustentável, surge como um caminho promissor para garantir que os benefícios do desenvolvimento cheguem a toda a região, sem comprometer os recursos naturais.
O potencial da bioeconomia é imenso, e a criação de políticas públicas e o incentivo a iniciativas privadas são essenciais para o fortalecimento de novas cadeias produtivas sustentáveis. A missão é garantir que os recursos arrecadados pela ZFM não apenas promovam o desenvolvimento econômico, mas que tragam também benefícios reais para a qualidade de vida das populações do interior, em todos os aspectos, de forma inclusiva e responsável.
Agradecimento à SUFRAMA e Compromisso com o Desenvolvimento
Ao longo de quase seis décadas de atuação, a SUFRAMA se tornou a guardiã de um modelo que se prova cada vez mais necessário para o desenvolvimento da Amazônia. Com adaptações para superar desafios e uma visão voltada para o futuro, a autarquia continua sendo um pilar fundamental para a sustentabilidade econômica da região. Nesse momento de celebração, o reconhecimento e a gratidão são voltados também ao atual superintendente da SUFRAMA, Bosco Saraiva, que tem demonstrado grande dedicação e compromisso com a continuidade do sucesso dessa importante iniciativa.
Que a SUFRAMA continue a ser um exemplo de inovação, desenvolvimento e defesa do bem-estar coletivo, assegurando que a riqueza gerada por esse modelo beneficie de fato todos os amazonenses, com um olhar atento para o futuro sustentável da região.
Yara Amazônia Lins
Conselheira Presidente do Tribunal de Contas do Amazonas