Manacapuru viveu um final de semana de emoção, cultura e grandiosidade com a realização do 27º Festival de Cirandas, que movimentou o Parque do Ingá entre os dias 29 e 31 de agosto. As três grandes agremiações: Guerreiros Mura, Ciranda Tradicional e Flor Matizada, levaram à arena espetáculos envolventes, com temáticas ligadas à Amazônia, à ancestralidade indígena e à luta ambiental, usando tecnologia de ponta e performances coreográficas arrebatadoras.
A abertura do festival, na sexta-feira (29), ficou por conta da Ciranda Guerreiros Mura, atual campeã, com o tema “Estiagem e Alagação: O Segredo das Águas”. A apresentação mergulhou nas profundezas dos rios amazônicos por meio da lenda da batalha entre as serpentes míticas Honorato e Caninana. Com alegorias iluminadas, dançarinos caracterizados como seres aquáticos e a presença do pajé Adriano Paketá, o espetáculo exaltou a força da cultura indígena e o poder das águas, em uma noite de impacto visual e espiritual.

No sábado (30), foi a vez da Ciranda Tradicional emocionar o público com o enredo “Sapucai’Ay: O Grito que Vem das Águas”, trazendo à tona os efeitos das mudanças climáticas e a resistência dos povos tradicionais. A apresentação iniciou com uma criança indígena clamando pela preservação da natureza, e seguiu com alegorias gigantes, balé aéreo, fogos frios e referências às religiões afro-brasileiras e à figura de Oxum, orixá das águas doces. O uso de hologramas e efeitos especiais deu um toque tecnológico à narrativa, sem perder a essência folclórica.

Encerrando o festival no domingo (31), a Ciranda Flor Matizada entrou na arena com o tema “Amazônia: Sonho e Luta Cirandeira”, em uma apresentação marcada por inovação cênica, efeitos de luz e holografia. A narrativa começou com uma caravela vinda do Nordeste e percorreu a floresta amazônica na busca pela flor matizada, símbolo de esperança e resistência. Guiados por personagens como o Curupira, a Caipora e o Pajé, os protagonistas Antônio e Benta levaram o público a uma jornada de preservação e valorização da floresta. O momento de clímax ocorreu com o surgimento da Cirandeira Bela e a recuperação da flor, em uma arena completamente tomada pelo espetáculo coreográfico.

Além dos shows das cirandas, a programação também contou com apresentações musicais, como Delírios do Samba, Mikael e Banda, Fernando Sales e Naquele Pique Forró, garantindo festa até altas horas.
A apuração das notas do festival acontece nesta segunda-feira (1º de setembro), às 14h, no próprio Parque do Ingá, onde será conhecido o grande campeão de 2025.