O Amazonas registrou, em agosto de 2025, o menor número de focos de calor dos últimos 14 anos. De acordo com dados do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), foram contabilizados 1.842 focos em todo o estado — uma queda de 82% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o total chegou a 10.328. Este é o índice mais baixo para agosto desde 2011, que teve 1.543 registros.
Paralelamente, o desmatamento também apresentou redução significativa. Segundo o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter/Inpe), o número de alertas caiu de 1.862 para 702, e a área desmatada recuou de 52.281 hectares para 15.790 hectares, representando uma redução de 69,8%.
Os dados são monitorados pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP/Ipaam) e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Ações integradas
Para o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, os resultados são fruto da atuação do Comitê Permanente de Enfrentamento aos Eventos Climáticos. “O comitê acompanha de forma contínua as ações de monitoramento e combate ao desmatamento e às queimadas. O governador Wilson Lima tem dado total prioridade à preservação ambiental, garantindo resultados concretos”, afirmou.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, reforçou o papel do monitoramento como ferramenta de gestão. “Conseguimos identificar as áreas de maior pressão e direcionar nossas ações de forma estratégica. Esses números mostram que o trabalho integrado entre os órgãos ambientais está funcionando e gerando resultados reais para a floresta”, disse.
Focos de calor em queda
Apuí continua sendo o município com mais focos de calor registrados em agosto, com 416 ocorrências, seguido de Novo Aripuanã (269) e Humaitá (210). No mesmo mês de 2024, Apuí havia registrado 2.267 focos, seguido por Lábrea (1.959) e Novo Aripuanã (1.208), demonstrando a redução significativa em áreas historicamente críticas.
A série histórica mostra que os índices registrados este ano estão abaixo dos observados ao longo da última década. Para comparação, nos últimos anos os focos de calor em agosto chegaram a:
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2023: 5.473
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2022: 8.116
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2021: 8.588
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2020: 8.030
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2019: 6.668
Desmatamento: recuo expressivo
Até o dia 28 de agosto, o Deter apontou 702 alertas de desmatamento no estado, uma redução de 62,29% em relação ao mesmo período de 2024. A área total afetada caiu para 15.790 hectares.
No ranking de alertas, Lábrea lidera com 68 registros, seguido por Humaitá (54) e Boca do Acre (53). Em termos de área desmatada, os municípios mais afetados são Manicoré (2.228 hectares), Novo Aripuanã (2.034 ha) e Lábrea (1.889 ha). Em 2024, cada um desses municípios registrava mais de 13 mil hectares desmatados.
A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, destacou o papel da tecnologia e da articulação entre os órgãos. “O acompanhamento constante, aliado a ações em campo, é essencial. É um trabalho técnico e integrado que envolve análise de dados, satélites e cooperação institucional”, explicou.
Acesso à informação
Todas essas informações estão disponíveis em plataformas públicas do Governo do Amazonas. Os dados de focos de calor e desmatamento podem ser acompanhados pelos Panoramas Interativos, no site da Sema. Já informações mais amplas — incluindo qualidade do ar, cheias, secas e outros indicadores ambientais — estão reunidas no Painel do Clima: www.paineldoclima.am.gov.br.