No próximo dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Conhecido popularmente como derrame, a doença é considerada uma das principais causas de morte ou incapacidade com sequelas permanentes em nosso país.
De acordo com dados da Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos – essa é a doença que mais mata no país. E que uma em cada 10 pessoas que sofreram um AVC poderão ter outro ataque nos últimos 12 meses seguintes.
O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico.
– Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais);
– Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõem a meninge). Como consequência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos índices de mortalidade.
De acordo com Julianne Tannous, Neurologista e Neurofisiologista Clínica, que atende pelo sistema Hapvida e rede particular em São Paulo, a doença pode ser ocasionada por uma série de fatores. “O AVC ou derrame pode acontecer de duas formas, uma quando ocorre um rompimento das artérias na cabeça ocasionando um sangramento, e outra quando tem uma ‘oclusão’, quando entope um vaso e deixa de chegar sangue em algum lugar. O AVC é causado pelas principais morbidades na população como diabetes, colesterol alto, obesidade, além de tabagismo, etilismo e uso de drogas”, alerta Juliane.
Para a médica, a única forma de prevenir a doença é estimulando uma vida saudável e eliminar práticas abusivas e viciosas. “A principal forma de prevenção é o controle dos fatores de risco. Cessar tabagismo, etilismo, uso de drogas, controlar rigorosamente a pressão arterial, diabetes e obesidade. Em alguns pacientes, o AVC também pode estar relacionado a arritmias e a insuficiência cardíaca, então é importante fazer o controle também dessas doenças”, destaca a neurologista.
Sintomas e sinais de alerta:
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como:
– dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos;
– fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo;
– paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar);
– perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
– perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
Fatores de risco:
– hipertensão;
– diabetes;
– tabagismo;
– consumo frequente de álcool e drogas;
– estresse;
– colesterol elevado;
– doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
– sedentarismo;
– doenças do sangue.
Como identificar um AVC:
Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
Confusão, alteração da fala ou compreensão;
Alteração na visão, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente;
Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
Atenção! O AVC é uma emergência médica. Se achar que você ou outra pessoa está tendo um, é preciso dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital mais próximo para um diagnóstico completo e tratamento;
Fatores de risco e prevenção do AVC:
Mantenha uma dieta saudável;
Pratique atividade física regularmente;
Evite o fumo e limite o consumo de álcool;
Conheça os próprios fatores de risco como a hipertensão, diabetes e colesterol;
Cuidado com o estresse e depressão;
Fique atento ao acúmulo de gordura abdominal;
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