sexta-feira, outubro 18, 2024

Opinião: Setor comercial: ‘Retomada da abertura do comércio não significa retomada de vendas’

Empresário Antonio Azevedo

. Como ficará a economia pós-pandemia de covid-19 no setor comercial do Amazonas? “Acredito que seremos duplamente atingidos: pela redução da demanda em função da crise; e pelo aumento abrupto da inadimplência. Principalmente porque muitos vão perder renda e emprego. Isso vai refletir no nível do crédito, que ficará muito mais seletivo”, afirmou o empresário Antônio Azevedo, presidente do grupo Tv Lar, que emprega mais de 1 mil pessoas.

. O endividamento do consumidor, que já era alto antes da crise, também é um componente que tende a agravar a situação. Ainda segundo o empresário, durante o programa semanal Economia Em Debate, do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), a reabertura das lojas e do comércio não significará a retomada das vendas. Para isso, as empresas deverão observar o comportamento do consumidor em relação à renda e aos cuidados de saúde pautados pelo isolamento social e que deverão se prolongar por tempo indeterminado.

. “O ideal seria que as empresas adotassem medidas de segurança para garantir a volta e dar credibilidade ao consumidor como a distribuição de máscaras e álcool em gel, a observância do numero máximo de clientes na loja. Isso vai perdurar por meses, talvez até ano que vem, então é o momento de se preparar. As empresas precisarão ter um protocolo muito rígido quanto a isso”, afirmou.

.  Em relação ao crédito, Azevedo observou que, no Amazonas, o cartão de crédito é utilizado como moeda e o crediário como moeda complementar para compra de bens duráveis, o que pode ser uma saída. “Não se dissocia pessoas de economia. A atividade econômica também se trata de vidas. E da garantia dessas vidas e do emprego. O mundo inteiro está aprendendo a lidar com isso”, afirmou.

. “O governo precisará também providenciar mais testes porque precisaremos voltar a trabalhar: não tem política econômica nem fiscal que garanta a economia senão por meio do trabalho. Precisaremos voltar, mas com segurança. Os governadores precisam usar da tecnologia para ter decisões mais assertivas. A retomada será gradativa e as empresas precisarão se preparar para sobreviver este ano, para passar para o próximo”, completou.

. Durante o programa, o economista Jefferson Praia, apresentador do Economia Em Debate, ponderou que o atual contexto “abriu uma nova janela para as empresas que é o e-commerce”. “A situação de pandemia apenas acelerou esse processo de preparação para o futuro”, disse.

. “Essa relação mudou mesmo, inclusive no trabalho: estamos tendo reuniões virtuais, mantendo o contato com cliente de forma virtual, através de diversas ferramentas. As pessoas continuam consumindo, mas em um percentual mais reduzido. No entanto, grande parte das nossas lojas está no interior onde não temos cobertura e infra-estrutura de conexão adequados. Lá o cliente quer levar na hora. É muito comum que não tem endereço certo; é um cliente que você não acessa porque muitas vezes não mora na sede do município. E esse depende do crediário”, afirmou.

. O presidente do Corecon-AM, Francisco de Assis Mourão Jr, questionou Azevedo sobre que medidas o setor comercial está pleiteando junto ao Governo do Estado, principalmente em relação ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços  (ICMS).

. “As receitas cessaram, mas as despesas são certas, muitas já estão contratadas, então temos de renegociar com fornecedores e postergar impostos quando possível. O Governo do Estado soltou a medida esta semana prorrogando 50% do pagamento para o final do mês”, disse Antônio Azevedo.

. São opiniões para serem analisadas, partindo de nomes influentes do mercado.

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